Conselhos Socráticos de saúde:
- Comer quando se tem fome
- Beber quando se tem sede (hoje se recomenda beber mais água do que se tem sede para purificar o organismo- esta regra eu não sigo, mas levo em consideração, pois talvez deva ser diferente e não sei não.)
- Ser frugal (isso varia de época para época, mas agora temos muito mais conhecimentos de nutrição). Ter uma alimentação econônica (mas, os conhecimentos a respeito das propriedades dos alimentos eram bem escassos, pois se tinha a noção apenas do que revigorava as forças de uma forma empírica)
- Fazer exercícios moderados (Acho que ele não previu os atletas e falou de modo geral)
- Dormir quando se está cansado e com sono
- Além do conhecimento profissional especializado é perder tempo aprofundar muitos assuntos de forma não prática. Por exemplo: saber Matemática até onde se precisa no dia a dia e negócios. A vida pode ser muito curta para perdermos tempo com diletantismo. E hoje existem muitos estudos que se tornarão estéreis nas escolas e universidades. Sócrates também se preocupou em verificar se seus discípulos tinham vocação para seus ofícios. Ele preparava as pessoas para viver em sociedade.
- Saber e fazer muitas coisas úteis (Embora deva acrescentar que o conceito de Arte em relação a "utilidade" não tenha sido profundo naquele tempo de Sócrates para ninguém, pois até mesmo a Arte Grega naquele tempo era compreendido como util e para ser belo teria de também ser útil). Aqui vamos dizer que seja mesmo: pÔr a mão na massa
- Sempre ele repetia isso: não tentar parecer mais do que aquilo que se é. Ser simples, enfim. Um dos seus dicípulos mais dedicados foi um ex vaidoso que se converteu a simplicidade e recebeu lições bem práticas e aplicáveis para se tornar político.
- Em síntese: recomenda-se em tudo moderação. O prazer pode ser colocado acima da ética pessoal quando o ser humano se torna escravo do prazer e conseqüentemente do vício. Aqui podemos exemplificar com o excesso de açúcar que hoje em dia faz parte das prateleiras onde estão disponíveis produtos para o consumo de todos nós. O doce é barato geralmente e contém exagero na exitação do paladar, fazendo muito mal a saúde se não freamos o apetite viciado. A bebida alcóolica é outro exemplo.
(Você está sujeito a encontrar conselhos muito semelhantes a estes por aí afora.)
Conversei com uma amiga sobre Sócrates (agora comecei um livro sobre Platão e Sócrates, asssunto mais importante de Platão. Uma parte deste livro eu tive de ler na faculdade.) e ela me perguntou se eu não achei Sócrates complexo. A resposta é não, mesmo assim é um pouco cansativo ler sobre ele em algumas partes por causa de um jeito antigo de escrever, que não é rebuscado, mas é bem diferente dos dias de hoje. Além disso em algumas passagens a gente vê como as idéias não iam adiante pela falta de conhecimento, porque o momento é muito antigo. Outra coisa algo cansativa é o jogo lógico de Socrates, a sua dialética que se constitui em ligar uma idéia na outra e tirar conclusão, pois parece sempre que ele está falando sobre o óbvio quando nossos cérebros pretendem algo que quebre a lógica de imediato. A quebra da lógica do interlocutor e a sua transformação é, no entanto, morosa e exaustiva, sedimentando bem o resultado. Mas, vale a pena ler sobre isso, porque as principais idéias simples de Platão sendo alicerces básicos para nossas vidas, são por si só preciosas e acessíveis para o senso comum, para o bem comum. Aliás, Sócrates iniciava seus comentários com idéias que são próprias do senso comum. Não há muita transgressão em Sócrates e deixemos as boas transgressões transformadoras para outros filósofos também importantes.
Devo acrescentar que a vida para Sócrates era a vida de ser político, mais do que ser social, no sentido de estar inserido na "polis", comunidade. Por isso ao perder seus direitos políticos ele perderia a própria vida em vida. Naquele contexto havia um certo positivismo, onde o justo e o legal em Sócrates significavam o mesmo. Sócrates na sua pobreza tinha grande prestígio em sua comunidade e fazia muitas articulações transformadoras onde fazia com que seus discípulos também tivessem prestígio. Daí se justifica a morte de Sócrates e consideremos que a exclusão social e política sejam uma espécie de morte, quando quem morre fisicamente pode sofrer menos do que aqueles em cuja vida não se acha mais dignidade ou recuperação dessa última.
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